27 de novembro de 2007

...e as folhas já voltaram a cair!!!!



As folhas voltaram a cair

trazendo as memórias daquele inverno,

o inverno em que

como uma árvore se despe de folhas

tu te despiste da vida...

17 de novembro de 2007

Do desassossego...


Conquistei, palmo a pequeno palmo,

o terreno interior que nascera meu.

Reclamei, espaço a pequeno espaço,

o pântano em que me quedara nulo.

Pari meu ser infinito,

mas tirei-me a ferros de

mim mesmo.


Bernardo Soares

16 de novembro de 2007

Morre lentamente...




Morre lentamente quem não viaja
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente,
Quem destrói seu amor próprio,
Quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente,
Quem se transforma em escravo do hábito,
Repetindo todos os dias os mesmos trajectos,
Quem não muda de marca,
Não se arrisca a vestir uma nova cor,
Ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente,
Quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções,
Justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
E os corações aos tropeços.

Morre lentamente,
Quem não vira a mesa quando está infeliz,
Com o seu trabalho, ou amor,
Quem não arrisca o certo pelo incerto,
Para ir atrás de um sonho,
Quem não se permite,
Pelo menos uma vez na vida,
Fugir dos conselhos sensatos…


Viva hoje!
Arrisque hoje!

Pablo de Neruda

13 de novembro de 2007

Sentir...



Sentir....
aquela brisa
aquele raio de sol...
como se fosses tu a
acariciar-me o rosto...

Sentir o cheiro a terra molhada,
sentir a chuva a lavar-me a alma.
Olhar as cores de Outono para ti...

Sentir a verdade,
a tua verdade em mim,
e viver como um sonho contigo...
Amu-te para sempre.

6 de novembro de 2007

As Crianças




-Os vossos filhos
não são vossos filhos:
são filhos e filhas
do chamamento da própria Vida.

Vêm por vosso meio
mas não de vós;
e apesar de estarem convosco,
não vos pertencem.

Podeis dar-lhe o vosso amor;
mas não os vossos pensamentos:
porque eles têm pensamentos próprios.

Podeis acolher os seus corpos;
mas não as suas almas:
porque as suas almas
habitam a casa de amanhã
que não podeis visitar,
nem sequer em sonhos.

Podeis esforçar-vos por ser como eles;
mas não tenteis fazê-los como vós.
Porque a vida não vai para traz,
nem se detém com o ontem.

Sois os arcos, e os vossos filhos
as setas vivas projectadas.

O Arqueiro vê o alvo no caminho do infinito,
e retesa-vos com o seu poder
para que as setas
possam voar depressa para longe.

Que a vossa tensão na mão do Arqueiro
seja de alegria.

Porque assim como Ele gosta da seta que voa,
também gosta do arco que fica.


O Profeta de Kahlil Gibran - O meu guia para a meditação
Um pequeno livro mas de grande Sabedoria