24 de dezembro de 2007

O Presépio




O PRESÉPIO
Oito séculos de história

Numa igreja de Belém, uma estrela metálica serve para assinalar o local onde nasceu Jesus de Nazaré. Ali há vinte séculos, Maria deu à luz num estábulo, e depois colocou o menino numa manjedoura, palavra que em latim se escreve prasepium: de presepire, fechar com uma sebe. Presépio portanto.

O dia 24 de Dezembro de 1223 é uma data fundamental. Dezasseis anos depois de Inocêncio III ter proibido a realização de dramas litúrgicos nas igrejas, Francisco de Assis partiu para Grécio com o seu amigo inseparável , o Frei Leão , para conquistar o povo dessa terra inóspita, e ali permaneceu por amor evangélico. Enquanto ali se encontrava , pediu a Hónorio III uma dispensa da proibição. Descobrira uma gruta nos bosques montanhosos , a poucos metros da sua cabana espartana, que lhe pareceu o sítio ideal para fazer reviver a Belém do Redentor. Um senhor da região forneceu a manjedoura, o feno e os animais . Na noite de Natal as campainhas convocaram todos os habitantes de Grécio à gruta onde entre os animais o cardeal Ugolino celebrou missa perante uma multidão silenciosa. Assistia-se então ao primeiro presépio . Dois anos depois Francisco de Assis morre.

Os frades Franciscanos imitaram o seu fundador nas igrejas e conventos abertos por toda a Europa : foram os verdadeiros pioneiros do Presépio.

Desde 1986 S. Francisco é considerado o patrono universal do presépio.

A partir do século XVIII os Presépios passaram das igrejas para as casas particulares. As suas dimensões aumentaram e prevaleceu a utilização da terracota.

Na simbologia cristã a gruta dilata o seu espaço até poder abarcar o mundo inteiro; e nos nossos dias é uma evocação da misteriosa profundidade das sombras: a alma do crente só encontra luz a partir do nascimento de Cristo. Por outro lado a fragilidade da cabana recorda a situação precária do homem, mas indica também a possibilidade de utilização de materiais mais flexíveis como a madeira e a palha, para modelar um abrigo resistente, uma metáfora para a paciência da fé.

O Natal é tempo Santo e pleno de Graça

Sem comentários: